Marcações em Peças de Veículos Podem Revelar Fraudes!!!
Quando falamos em verificar a originalidade de um veículo, a maioria das pessoas pensa apenas no número do chassi, no motor e na consulta pelo RENAVAM. Mas existe um universo de marcações não rastreáveis em sistemas públicos, que são essenciais para peritos e vistoriadores identificarem fraudes: as etiquetas, gravações e marcações internas de fábrica nas peças do veículo.
Essas marcações estão presentes em lugares discretos, muitas vezes imperceptíveis ao olhar comum, mas que dizem muito sobre a origem e integridade do veículo.
Onde essas marcações aparecem?
Essas etiquetas, códigos ou gravações podem ser encontrados em:
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Mangueiras do sistema de arrefecimento e admissão
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Chicotes elétricos
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Lataria interna (assoalho, colunas, paralamas, cofre do motor)
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Plásticos internos (forros de porta, painéis, console)
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Plaquetas de portas, etiquetas no porta-malas e capo
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Vidros (que trazem o ano e o mês de fabricação)
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Peças do sistema de escapamento ou suspensão
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Módulos eletrônicos e sensores
Qual a função dessas marcações?
Esses códigos têm como objetivo principal o controle interno de produção da montadora. Eles informam:
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Data exata de fabricação da peça (ano, mês e até o dia)
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Lote de produção
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Código do fornecedor ou terceirizado
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Versão ou especificação técnica da peça
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Rastreabilidade de componentes e montagem final
Por que isso é importante na identificação veicular?
Mesmo sem consulta pública disponível, essas marcações são amplamente usadas por peritos criminais e vistoriadores técnicos, porque:
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Permitem confrontar a peça com o ano-modelo do carro
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Exemplo: um Onix 2019 com chicotes ou mangueiras fabricadas em 2022? Incompatível.
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Revelam trocas não declaradas de componentes
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Indícios de colisão, sinistro, reforma ou mesmo montagem irregular.
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Indicam possível origem de veículos montados com peças de desmanche
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Quando várias peças têm datas ou códigos de veículos diferentes, há forte suspeita de adulteração.
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Podem fundamentar a emissão de uma Carta Laudo da Montadora
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Essa carta é emitida pela fábrica mediante análise das fotos dessas peças, e pode confirmar se um carro é legítimo ou uma montagem irregular.
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Exemplo prático
Imagine um veículo com todas as marcações internas (etiquetas, mangueiras, forros e chicotes) mostrando ano 2020, mas o documento diz que o veículo é de 2017.
Isso é um sinal de alerta!
Pode se tratar de:
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Carro sinistrado com estrutura substituída
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Veículo clonado com peças de outro
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Montagem ilegal de diferentes veículos
Mesmo que essas marcações não apareçam nas consultas oficiais (Detran, Sinesp, etc.), elas são fundamentais em uma análise técnica.